Em janeiro deste ano, viajamos de carro pela Andaluzia, na Espanha, e quando estávamos em Granada, fizemos uma bate-e-volta até Sierra Nevada, a estação de esqui do país. Considerada o teto da Península Ibérica, Sierra Nevada é um ótimo passeio para quem, como nós do Baú de Família, curte o frio e a neve. O lugar é tão pertinho de Granada (uma preciosidade que em breve vou mostrar no blog), somente 30 km, que nos demos ao luxo de ir passar a tarde.
Existe a possibilidade de subir de ônibus, ou uber, mas confesso que de carro você sempre terá mais liberdade de ir e vir! Além de que a vista da subida é sensacional! Mas prepare-se para muitas curvas… Chegando lá, o estacionamento é fácil, mas pago, claro!
São 14 picos com mais de 3 mil metros de altitude, sendo o pico Mulhacén, o mais alto da Espanha, com 3482 m. A estação é enorme, cheia de pistas para os praticantes dos esportes de inverno, esqui e snowboard, lojas, hotéis, bares, pubs e restaurantes! Pelo que observei, os hotéis são mais baratos que os das estações da França. E continuando a comparação, Sierra Nevada leva uma ótima vantagem por estar na Andaluzia, ou seja, sua posição geográfica garante vários dias de sol e céu azul no inverno! Sinceramente, não tem nada mais gostoso!
Nossa tarde foi uma delícia! Primeiro, reconhecemos o terreno e depois fomos nos aquecer tomando um bom chocolate quente, apreciando a vista! Como não sabemos esquiar e não teríamos tempo de fazer uma das várias escolinhas, resolvemos ir atrás de atividades que a família curte e que não requerem prática ou habilidade: esquibunda e trenós! Aliás, para esses “esportes de neve” somente roupas de frio e bom humor! E isso o Baú de Família têm! O trenó russo de Sierra Nevada, segundo pesquisa feita pelo Instituto de Análise e Estatística do Blog, não é tão legal quanto o super trenó de Andorra, mas valeu! Foram 5 euros por cabeça e deu gostinho de quero mais, apesar de serem 500 metros percorridos. Todos horários de atividades e preços você encontra aqui.
Nosso dia terminou com muitas brincadeiras na neve com uma pranchinha que compramos por 5 euros para escorregar e poupar a buzanfa!
E depois de uma tarde maravilhosa em família, a descida nos presenteou com um belíssimo por do sol!
Infelizmente, não tenho muitas dicas de restaurantes ou preços de aluguel de roupas de esqui, mas posso dizer que se você estiver pela Andaluzia, vale a pena conhecer esse destino!
Que Lisboa é linda, todo mundo sabe! Que Lisboa tem arquitetura antiga, lugar comum! Que Lisboa é tradicional, também é de conhecimento público! Mas o que pouca gente sabe é que a capital das tascas, bolinhos de bacalhau e pastéis de nata, e um dos melhores destinos da Europa, pode ser pra lá de moderna e contemporânea! Cool mesmo!!!
Em nossa última viagem a capital portuguesa, tivemos oportunidade de conhecer o incrível LX Factory, uma antiga fábrica hoje transformada em lojas, cafés, estúdios, restaurantes e local dos descolados e hipsters lisboetas. Atualmente, o LX é considerado um epicentro cultural de vanguarda de Lisboa! Um verdadeiro caldeirão de tendências! Mas não se engane em achar que vai encontrar arquitetura condizente à essa modernidade, não! Toda a antiga estrutura foi preservada e poucas intervenções de construção foram feitas, o que na minha modesta opinião, é o que mais dá charme ao lugar! E o passeio é tão bom, que voltamos duas vezes.
Entenda o LX Factory:
É definitivamente um espaço carregado de história, um passado industrial com origem ainda no século XIX. O primeiro dono foi a Companhia de Fiação Lisboeta, fábrica de tecidos e fiação de algodão, Santo Amaro. Junto à fábrica também foi construída uma vila operária que servia de residência aos trabalhadores e suas famílias. Com a falência da Cia de Fiação, o espaço passou para a Companhia Industrial de Portugal e Colônias e mais tarde, para a Gráfica Mirandela.
Em 2008, a empresa Mainside, do ramo imobiliário, comprou o lugar e assim nasceu o conceito da LX Factory, atividades artísticas e de vanguarda. E hoje está no topo das melhores revitalizações de fábricas do mundo!
São 23 mil metros quadrados dedicados à arte, design, gastronomia e música. Como já mencionei acima, têm ótimos restaurantes e bares, além de lojas, exposições, estúdio de tatoo, salas de scape game, escritórios, um hostel todo moderninho, a ótima livraria “Ler Devagar” e um rooftop concorridíssimo por conta de uma vista maravilhosa do Tejo! O LX fica no super antigo bairro de Alcântara, quase embaixo da ponte 25 de Abril.
No primeiro dia que fomos ao LX comemos uma deliciosa pizza no restaurante A Mesa, que para nossa boa surpresa o nome já antecipava praticamente uma única e imensa mesa no estabelecimento!! Decoração retrô e pizza aprovadas!!
Depois do almoço, hora de flanar e conhecer tudo, entrar em todos os lugares bacanas e tomar um cafezinho! Atente para essa pia de banheiro…
A linda livraria Ler Devagar, além de livros, um bom café!
O rooftop do restaurante Rio Maravilha é disputadíssimo! Infelizmente o sol ainda estava acanhado quando subimos!
A loja de sardinhas e conservas Comur (a fábrica foi inaugurada em 1942 em Aveiro), dois andares dos mais variados peixes em azeite. Também é possível encontrar essa loja na Baixa! As latas custam a partir de 5 euros, preço de janeiro de 2019. Taí uma boa lembrança de Lisboa para os amigos!!
No segundo dia que fomos, além de caminhar muito, almoçamos em um pequeno bistrô dentro de uma ótica! Sim! Coisas de lugares modernos… Mas o pequeno restaurante era uma gracinha, comida gostosa, dois pratos do dia e com ótimo atendimento. Comi um risoto que não deu tempo de fotografar… e meu marido foi de típico bacalhau. O lugar se chama M.Oculista.LX.
Não deixe de conhecer o LX quando estiver em Lisboa! Passeie por lá sem pressa e não deixe de olhar os grafites espalhados por todos os antigos armazéns!
Você chega no LX Factory pelo elétrico 15. Descer no Calvário na rua Alcântara. A entrada do LX fica ao lado, na rua Rodrigues de Faria, 103. Para quem vai de carro, tem estacionamento pago à esquerda da entrada, no fim da rua.
Sempre aberto!
E que tal depois de passear no LX Factory, você ir ao Zoo de Lisboa? É um dos melhores zoológicos que já fomos na vida!
Museu da Imagem e do Som em Balneário Camboriú, por Daniele Haak
Este ano, coloquei como meta explorar mais o que minha cidade, Joinville- Santa Catarina, oferece, assim como as cidades próximas. Essa meta surgiu depois de uma conversa com amigos numa viagem ao exterior na qual falávamos sobre o fato de nos dispormos a conhecer lugares com duas ou três horas de distância, que muitas vezes nem estavam no roteiro inicial, mas acabávamos incluindo, e perto de nossa casa, nem sempre ou quase nunca, temos a mesma disposição. Existem tantos lugares e muitas coisas legais acontecendo na “vizinhança” e vamos deixando passar…
Foi tentando cumprir essa meta que tomei conhecimento do recém-inaugurado MUSEU DA IMAGEM E DO SOM que fica em Balneário Camboriú, cidade litorânea a 102 Km de minha cidade, pela BR 101.
O Museu foi inaugurado em julho de 2018 e conta com o maior acervo da América Latina dedicado à história da imagem e do som. Com mais de 3 mil itens, a coleção ocupa seis andares de um prédio no centro da cidade, construído especialmente para essa finalidade .
Todo o acervo é de Fernando Delatorre, filho de Eduardo Delatorre, o responsável pela construção dos três primeiros cinemas de Balneário Camboriú – Cinerama, Autocine e Cine Itália.
A exposição, em ordem cronológica, começa pela história do cinema com uma sala dedicada aos Irmãos Lumière, passa por Charlie Chaplin e outros, até chegar aos dias atuais. No museu existem dois auditórios, em um deles assistimos ao filme A dog’s Life de Chaplin, produzido e filmado em 1918. No outro, passava um filme do Gordo e o Magro.
O rol de raridades inclui um gramofone inglês fabricado em 1890 e um filme original de Charles Chaplin em 9,5 milímetros, com data de 1917. Ainda há um harmônio (instrumento musical) que funciona e que pertencia à uma antiga igreja de Camboriú e também lanternas mágicas, máquinas fotográficas, filmadoras, rádios, vitrolas e televisores. As peças vêm da Argentina, Uruguai, Chile, Estados Unidos, Europa e Brasil.
É um programa absolutamente imperdível para os amantes da Sétima Arte, assim como para os amantes do rádio!
Além da imagem e do som, o museu também abriga a coleção de selos e moedas de Delatorre.
O museu fica aberto de terça a domingo, das 13h às 18h.
Ingressos: R$ 20,00 inteira. (valor pago em 20/04/2019)
Nota do Blog: O Baú de Família já esteve na Casa dos Irmãos Lumière, os grandes inventores do cinema, e na rua onde filmaram A saída da fábrica, um dos filmes da primeira sessão do cinematógrafo, no Grand Café de Paris em 28 de dezembro de 1895, La sortie de l’usine Lumière à Lyon (A saída da fábrica Lumière em Lyon). Te conto tudo nesta carta de Memórias aqui!
O Museu de Belas Artes de Santiago é considerado uma das mais importantes instituições culturais do Chile e um dos mais antigos museus de arte da América Latina. Ele foi fundado em 1880 e está encravado no meio do belíssimo Parque Florestal no centro da capital chilena.
O projeto do prédio, monumento nacional desde 1976, em estilo neoclássico e detalhes em art nouveau do arquiteto franco-chileno Emile Jéquier, é um espetáculo à parte e lembra um pouco o Petit Palais de Paris. O museu é muito bonito e vale a pena fazer uma visita. Mesmo que você não seja um grande apreciador de arte, como a entrada é gratuita, quem sabe tomar um café e apreciar a arquitetura seja uma boa ideia? Pense nisso e ponha o MNBA no seu roteiro.
Abaixo o lindo Parque Florestal onde fica o Museu, inclusive tem uma escultura do grande artista colombiano Fernando Botero.
O patrimônio do Museu conta com mais de 3 mil peças adquiridas por compra, doações e premiações em Salões oficiais. É possível encontrar pinturas e esculturas chilenas do período colonial ao contemporâneo. Destacam-se coleções de pinturas italianas, espanholas e flamengas, fotografias e desenhos. Também mantém uma importantíssima biblioteca de arte com mais de 100 mil volumes.
Depois da ditadura e alguns terremotos, o Museu de Belas Artes foi obrigado a passar por reformas e hoje encontra-se em pleno funcionamento com exposições fixas de seu acervo e outras temporárias, além de programas educativos, cursos, ateliês e café. O MNBA fica na José Miguel de la Barra, 650 ( Parque Forestal), e está aberto de terças a domingos, das 10h às 18h45, com entrada gratuita, como já mencionei. A biblioteca funciona de terças a sextas, das 10h às 13h30 e das 15h às 17h45, também com acesso gratuito, mas fechada nos meses de fevereiro.
Dica do Baú: Vá de metrô ao Museu e não perca de conhecer a linda estação Bellas Artes de Santiago!
Agora, fique com vários “motivos” para visitar o MNBA:
Dica do Baú 2: Em Santiago tem a ótima rede de restaurantes Vapiano em dois endereços. Tivemos oportunidade de ir aos dois. Comida e ambiente muito bons! Recomendo principalmente para quem estiver com crianças. Olhem que graça essa pizza que fizeram para minha Martina!
Ficou curioso para saber mais sobre Fernando Botero? No blog Viajante em Série tem post super completo sobre várias cidades colombianas e mais esculturas do artista… clique aqui!
Quando estávamos morando em Lyon, França, tivemos oportunidade de conhecer muitas cidades do interior francês. Mas nos apaixonamos em especial pela região dos Alpes. Eu deixei meu coração em Annecy e meu marido em Tignes, uma estação de esqui que faz parte do que chamam de Espaço Killy.
Em um final de semana prolongado resolvemos conhecer outras cidades da região que ainda não tínhamos visitado. E partimos para Albertville, Moûtiers, Courchevel, Meribél, Bourg Saint Maurice e finalmente Tignes. Aqui no blog, eu já te contei sobre nosso passeio por Chamonix e Mont Blanc.
Em qualquer época, os Alpes são um espetáculo, mas no início do inverno ou no próprio frio, a beleza da cadeia de montanhas se sobressai ainda mais, porque a paisagem alpina ganha ares de cenário de filme romântico da sessão da tarde! Aqueles majestosos picos nevados, os chalés aquecidos e os cafés oferecendo um delicioso chocolat chaud – chocolate quente são inesquecíveis.
Muito embora as estações de esqui abram oficialmente um pouco antes do Natal, já em novembro é possível encontrar algumas estâncias prontas para os esportes de neve, como foi o caso de Tignes, aberta quase o ano inteiro (claro que com outros esportes).
Nosso roteiro começou por Albertville, uma cidadezinha pequenina com pouco mais de 18 mil habitantes, e muito bonitinha! Ela ficou conhecida por sediar os Jogos Olímpicos de Inverno de 1992.
Depois, fomos para Moûtiers, que é o ponto de acesso a várias estações de esqui da França como Le Trois Vallées (que são super glamurosas: Courchevel, Meribél e Val Thorens, nas fotos abaixo) mas que não seriam nosso destino final.
Como curiosidade, vale contar que Moûtiers foi capital dos Ceutrones, uma tribo celta da Gália. Lyon, por sua vez, foi a capital da Gália. Mas voltando a Moûtiers, é uma vila linda, com um centrinho histórico e ruas estreitas em torno da Catedral de Saint-Pierre com aproximadamente (só!!!) 3800 habitantes. Eu achei que o maior charme de Moûtiers, é sem dúvidas, o rio Isère correndo pela cidade.
Depois do almoço, num típico bouchon, restaurantes simples, baratos, mas conhecidos pela ótima gastronomia – típicos da região Rhône-Alpes, fomos para Bourg Saint Maurice. Como Bourg, como é mais conhecida, é a entrada oficial de Les Arcs pelo funicular Arc en Ciel, a cidade conta com boa opção de hospedagem e foi lá que decidimos pernoitar antes de seguir para Tignes, 27 km depois. E como não poderia deixar de ser, nossa escolha foi um lindo chalé de pedra para continuarmos no clima de romance.
Você encontra mais detalhes, informações e preços sobre esse excelente hotel 3 étoiles na Hotéis.com.
No outro dia, partimos atrás da neve de Tignes e não nos decepcionamos!! Tignes, junto com Val d’Isère, faz parte do conjunto conhecido como Espaço Killy – nome em homenagem ao grande atleta francês Jean-Claude Killy, que durante os Jogos Olímpicos de Inverno de 1868, em Grenoble (também na França), ganhou três provas do esqui alpino: descida, slalom e slalom gigante.
Para subir onde ficam as pistas, existe um trem por dentro da montanha! A curiosidade de nossa subida à Tignes ficou por conta de um enorme grupo de esquiadores cadeirantes!! Sensacional! E só para constar, éramos os únicos sem esqui!
Após almoçarmos na estação voltamos a Bourg! Abaixo, aquele momento que você percebe que está nevando…. só para completar a felicidade!!
Você que me segue no blog, provavelmente já leu alguma de minhas crônicas! Pois ano passado, em setembro, foi lançado meu primeiro livro! Se você tiver interesse em adquirir “Não sou Moderna – confissões, histórias e outras crônicas” , ele está disponível no site da Amazon.
O Palácio Nacional de Mafra é uma jóia que fica a 25 km de Lisboa. Não é dos pontos turísticos mais conhecidos de Portugal e, talvez por isso mesmo, um passeio muito tranquilo de fazer, sem filas e muvucas. E acredite, incrível, você vai se surpreender! Um lindo e imponente prédio barroco com convento e basílica, que guardam obras de arte e muita história lusitana.
História:
Uma das grandes curiosidades desse Palácio diz respeito a sua construção. No ano de 1711 o rei D. João V, o monarca mais extravagante de Portugal, estava casado há três anos com D. Maria Ana da Áustria sem nenhum herdeiro à vista para dar continuidade a dinastia. Para a sociedade da época era um problema seríssimo! Foi então que uma conversa entre frades de Mafra com o bispo Capelão-Mor, resultou em uma promessa: eles pediriam a Deus um filho para a Majestade em troca de um convento na Vila de Mafra! E assim, em março do mesmo ano, o rei se comprometeu com a construção do convento para a Ordem de São Francisco. E o rebento? Sim, o apelo à Deus funcionou. Em dezembro nasceu a Infanta D. Maria Bárbara. E a obra começou em 1717 finalizando em 1730, mais ou menos.
No início, o projeto era modesto e previsto para abrigar somente 13 frades franciscanos, mas os planos mudaram radicalmente e não houve economia. Com o ouro do Brasil, 52 mil homens construíram o mosteiro para 330 frades, um palácio real e uma das melhores bibliotecas da Europa, tudo decorado com mármore, madeiras exóticas e numerosas obras de arte. A maior parte da mobília e do acervo de arte foram levados para o Brasil na fuga da família real da invasão francesa em 1807.
O arquiteto responsável foi formado na Itália, Johann Friedrich Ludwig e o edifício foi construído com pedra lioz da região de Pêro Pinheiro, Sintra e Cascais.
O mosteiro foi abandonado em 1834 após a dissolução das ordens religiosas e o palácio em 1910, quando o último rei português, Manuel II, fugiu para o exílio em Ericeira.
O Palácio está aberto para visitas todos os dias, com exceção das terças-feiras, das 9h30 às 17h30. Aqui você encontra mais informações sobre a bilheteria. Eu recomendo no mínimo uma manhã inteira para caminhar nos longos salões e poder apreciar tudo com atenção e calma.
A visita começa pelas salas do mosteiro, passando pela cozinha e depois farmácia (botica), com seus potes antigos de medicamentos e alguns instrumentos médicos de época, surpreendentes e ao mesmo tempo, aterrorizantes.
A enfermaria é muito curiosa porque os leitos estão praticamente dentro de uma igreja. Todos os domingos, as camas dos doentes eram empurradas até o meio da sala para os enfermos assistirem à missa deitados.
Salões suntuosos se estendem por todo o andar de cima do palácio assim como os apartamentos do rei e da rainha, cada um numa extremidade do edifício. Digamos que mantinham uma certa distância regulamentada… No meio do caminho, salas e mais salas com afrescos belíssimos: sala de audiência, sala das descobertas, sala da benção, sala de música, de jantar, da guarda, etc. E e as duas torres gêmeas da basílica.
Biblioteca: o maior tesouro de Mafra! Com piso todo desenhado em mármore e estantes de madeira entalhada em estilo rococó, ocupa a mais nobre sala de todo o palácio com 85 m de comprimento e 9,5 m de largura. Sua coleção de mais de 36 mil livros contempla temas dos mais variados como Teologia, Direito Canônico e Civil, História, Geografia, Viagens, Arte, Medicina, Música, etc. Existem obras em encadernação de couro e relevos em ouro, incluindo uma preciosa primeira edição de Os Lusíadas (1572), de Luís Vaz de Camões, o grande poeta português.
A organização dessa biblioteca, feita por Frei João de Santa Ana, teve início em 1809 e está aberta ainda hoje com visita previamente agendada. Outra curiosidade é que a biblioteca de Mafra possui cerca de 750 livros proibidos pela Igreja Católica. São obras com textos religiosos, política social e a cabala. Em 1754, o Papa Bento XIV concedeu autorização para tê-los, mostrando a importância da Livraria, porém, esses livros jamais poderiam ser emprestados, sob pena de excomunhão, sem licença do rei de Portugal.
Os jardins
Pertinho de Mafra está Sintra com seu lindo Palácio Nacional outra preciosidade de Portugal!!
Um belo dia descobrimos que existe vida (e muita) além da Santíssima Trindade americana Orlando, Miami e Nova Iorque! Resolvemos encarar outros destinos e não nos arrependemos! Quem sabe Washington, a capital? – Washington? questionou um incrédulo marido. Vamos! Pode ser uma boa ideia! E foi!! E fomos por dois anos consecutivos de tanto que gostamos!
Fomos nos aventurar pela cidade, que hoje considero uma das mais bonitas que conheço. Nas duas ocasiões, viajamos em pleno mês de dezembro com muito frio, ao ponto de nevar de vez em quando, mas com maravilhosa atmosfera natalina de cartão postal.
Washington tem muito o que fazer. Mas muito mesmo! Vou precisar alguns posts para dar conta…
Em nossa primeira vez, descemos no aeroporto de Dulles, também o mais charmoso que conheço. Ao pisarmos em DC (Distrito de Colúmbia), como os íntimos chamam, logo me veio a cabeça as inúmeras vezes que tinha visto aquelas paisagens em filmes ou telejornais. Quem não lembra do Capitólio sendo explodido por alienígenas em Independence Day? Ou as entradas ao vivo daqueles repórteres em dia de eleição norte-americana? Parecia tudo muito familiar, mas incrivelmente surpreendente. Um sonho de cidade!
DC é linda, tem uma arquitetura que nos lembrou muito Paris e não é pra menos, o primeiro projetista de Washington foi um artista e soldado francês, Pierre L’Enfant. Imensos prédios e monumentos que encantam a paisagem e nossos olhos.
Fizemos, como sempre, uma boa pesquisa antes de viajarmos e nosso roteiro tentaria contemplar os principais pontos turísticos da cidade, assim como o máximo de museus que desse em apenas quatro dias! Ficamos super bem hospedados em um hotel ótimo em termos de conforto e localização (conversa para outro post). Bem pertinho da Casa Branca e do National Mall!
Mall. Não poderia deixar de falar do grandioso e icônico parque que vai do Capitólio americano ao Lincoln Memorial, mais especificamente 3Km com 1,8 Km de largura. Não esquecendo do espelho d’água, aquele mesmo que Forrest Gump atravessou quando avistou a Jane. O Reflecting Pool é cenário de eventos marcantes nos Estados Unidos.
Somente no lado oeste, no West Mall, podemos encontrar inúmeros monumentos, muitos memoriais (e Washington tem memorial para tudo) e praças.
Recomendo usar um bom e confortável calçado, porque se anda muito entre um e outro e o West Mall tem um formato irregular, portanto prepare-se. Ali não existem restaurantes, mas pode contar com food-trucks de hambúrguer, cachorro quente, etc. Além dos moradores e turistas, muitos esquilinhos animados atrás de comida!
Seguindo o roteiro, encontramos o Memorial Do Vietnã: um grande e reluzente muro preto com o nome de 58.226 soldados mortos ou declarados desaparecidos em combate. Um detalhe bem interessante: o memorial foi desenhado por uma estudante de 21 anos, cujo projeto foi escolhido em um concurso nacional.
Encontramos o Memorial de Franklin Delano Roosevelt, o 32 presidente dos EUA.
O Memorial de Martin Luther King Jr. Sereno e poderoso apresenta um muro de pedra com trechos de seus discursos.
Memorial da Guerra da Coréia. Para mim, o mais impressionante de todos! É impactante!
Memorial da II Grande Guerra Mundial: colunas com os nomes de todos os Estados americanos e os dois oceanos.
E para ficar por perto, o Memorial Thomas Jefferson. Também foi presidente do país, o terceiro, mas também foi escritor, diplomata, cientista, advogado e botânico. Sem dúvidas, um dos mais belos memoriais de Washington. Curiosidade: toda a coleção de livros de Jefferson encontra-se dentro da Biblioteca do Congresso.
Passeio imperdível de puro conhecimento, história e cultura! E sem pagar absolutamente nada!! Só a sola do sapato…
Nossa família sempre viaja ou quase sempre, no período do Natal. Alta temporada, eu sei, mas é quando podemos, não tem jeito! Portanto, invariavelmente é inverno no Hemisfério Norte e quer saber? Adoramos!! Um frio congelante é tudo conosco! Casaco? Gorro? Manta? Tudo isso e muito mais!!
Já havia um tempo que pegávamos neve caindo, confesso que discreta, não ao ponto de deixar tudo branquinho, mas de deixar nossos ossos mais duros e o pé engessado! Lembro de certa vez ver em Washington, o Espelho Dágua estar com uma fina camada de gelo, mas o cenário ainda não era o que esperávamos! Na trave! A filha queria cair de cara na neve, de verdade!
Resolvi pesquisar lugares perto da Espanha, já que estaríamos por lá, que atendesse nossos sonhos. Descobri Andorra, apenas duas horas de Barcelona, nos Pirineus.
Andorra é um país muito pequeno, o sexto menor da Europa, um paraíso fiscal, já que tem carga de impostos reduzida, portanto lojas que parecem free shops. Fica entre a Espanha Catalã e a França e como fica nas cordilheiras pirenaica, o turismo, ou seja, as estações de esqui e estâncias de inverno são os principais recursos da economia. Logo, seria quase impossível não ter neve. Perfeito! É pra lá que vamos!
Pesquisa daqui, informações dali, reserva de hotel e marcamos a data de ida. Existem dois jeitos de subir até Andorra: um de carro e outro de ônibus. Carro para quem tem experiência em dirigir em pistas nevadas com correntes nas rodas. Não era o caso. De ônibus para os outros mortais, nosso caso!! Compramos as passagens do Brasil pela internet, direto no site da companhia do ônibus e imprimimos nossos bilhetes de ida e volta, de Barcelona para Andorra la Vella, a capital. Tudo certo, a não ser o fato de que não tem possibilidade de marcar os assentos. Mas a ideia era chegar cedo e sermos os primeiros a entrar, no bom estilo chinês seguindo os conselhos do velho Confúcio: vale a lei dos mais fortes! Ou seria a lei dos mais rápidos? Enfim…
Dia 6 de janeiro, depois de ótimos dias em Barcelona (outro post), corremos para a estação e pegamos nosso ônibus. Aqui devo relatar que deu ruim no nosso lema de Confúcio. Até saímos cedo do nosso hotel barcelonês, mas o motorista de táxi nos deixou na estação errada. Nossa sorte é que a estação certa, ficava ao lado, porém há muitas pernadas dali. Foi uma correria de tirar o fôlego! E moral da história, tivemos que sentar separados. Até que foi bom, porque acabei sentando com uma típica senhora catalã muitíssimo simpática e fomos conversando por duas horas sem parar! Essa sou eu, que falo até com a própria sombra.
O fato é que dona Pepa (a pronúncia é diferente da pig do desenho, por favor) me contou várias coisas sobre Andorra, seu time do coração, sua vida, seus familiares e ficamos amigas de infância! Deu inúmeras dicas e sugestões de comida. Dona Pepa me contou que estava indo passar alguns dias com sua filha e netas para comemorarem o Dia de Reis, justo aquele dia, e que em Andorra era costume ter um grandioso desfile pelas ruas. Que eu esperasse carros alegóricos com os Reis Magos jogando balas para as crianças! Pronto! Já fiquei animada! A noite prometia!
Em tempo: a viagem até Andorra-a-Velha foi super tranquila, o dia estava lindo e o ônibus era bem confortável. Passamos por vários pueblos entre as montanhas rochosas. Uma paisagem bem diferente de tudo o que já tínhamos visto. Contudo, aquele sol brilhante e céu azul nos preocupou muito! Eu e meu marido por diversas vezes nos entreolhamos e sabíamos bem o que ambos pensavam: cadê a neve??
Quando finalmente começamos a nos aproximar de nosso destino, o tempo nublou, mas as montanhas dos Pirineus continuavam da mesma cor, ou seja, não era o branco. Tensão!
Descemos do ônibus com frio congelante e muito vento. Como nos informaram que nosso hotel era próximo, resolvemos economizar e usar apenas um táxi. Minha mãe e filha foram no carro e eu e o marido fomos a pé, puxando as malas. Não sei se quem deu a dica fez uma pegadinha com os turistas ou o camarada realmente achava que a distância era pouca!!! Só sei que eu e o marido tivemos que caminhar muito! Tudo bem! Somos um casal bem humorado e isso não nos afeta! Precisa bem mais para tirar o sorriso do rosto! Bobos? Não! Resolvemos ser leves na vida! Bem diferente daquelas malas…
Enquanto estávamos nas ruas a caminho do hotel, reclamei: – Era só o que faltava, agora está chovendo!! Ao que meu marido me olhou e respondeu: – Repara bem se isso é chuva… é neve!!!! Ta nevando!!!!
E para a alegria de quem mora do lado de cá do Equador, não parou mais de nevar! Foram mais de 24 horas de neve ininterrupta! Quando, finalmente, chegamos em frente ao hotel, as duas já estavam como loucas comemorando a tão esperada neve na rua!!
Depois de nosso check in no hotel, reservado do Brasil por um bom serviço de busca, fomos fazer reconhecimento do terreno. Estávamos hospedados na principal rua de Andorra-a-Velha, Avenida Meritxell, onde tem de tudo, muitas lojas, restaurantes e cafés. Um lugar muito bom! De cara vi uma enorme loja de departamentos, a Pyrénées, tipo as Galeries Lafayette, de Paris, ou Falabella, do Chile. Depois da filha patinar no gelo em uma pista por ali mesmo, fomos para o café colado ao hotel aguardar o desfile de Reis.
No outro dia, com uma paisagem lindíssima de cartão postal, fomos para a estação La Massana. Pegamos um ônibus de linha e depois o teleférico para subir a estação. Passamos o dia nos divertindo entre guerra de neve, fazendo boneco, trenó e snowmobille. Foi uma festa! Almoçamos um bom hambúrguer no restaurante da estação, com direito a lareira e tudo!
O terceiro dia foi dedicado ao Parque Naturlândia, um lugar totalmente voltado para crianças com animais e aventuras. Paga-se um ingresso de preço único e brinca em tudo. Aqui confesso que nos decepcionamos com os serviços. Quem está acostumado com padrão Disney de qualidade, sente bastante as falhas do parque. Para começar só existe um restaurante/lanchonete e ainda por cima, com horário de atendimento. O lugar fecha!!! Como assim? Então, quando chegou a hora do almoço, as filas me pareceram bandejão de fábrica! Sem falar que ficamos horas para conseguir um lugar para sentarmos! Muito ruim!
Mas se preguntar para Martina se ela voltaria lá, a resposta seria um grito estridente de Simmmmmmm! Ela amou, porque passou o dia fazendo inúmeras atividades e eu passei o dia morrendo de frio. Dirigiu, fez tirolesa, arco e flecha e airtrekk. Inclusive, o Naturlândia se orgulha de ter o mais longo percurso de tobogã alpino do mundo, o Tobotronc, com 5,3 Km! Esse quem encarou com ela, congelando com o vento frio, foi o corajoso marido!
Quarto dia, depois de mais uma percorrida pelas lojinhas, hora de pegar o ônibus de volta a Barcelona. E assim foi nossa super viagem a Andorra! Recomendo!!
De 03 a 12 de junho deste ano ocorreu em Sintra, Portugal, o 15° Seminário Internacional de Feng Shui, onde o arquiteto mineiro Carlos Solano e uma equipe de organizadores uniram estudos com viagem cultural. Foi uma celebração: vários professores, palestras, passeios e muita cultura. Tudo vinculado ao tema para proporcionar uma experiência enriquecedora em todos os aspectos.
O que é o Feng Shui? Uma técnica milenar chinesa que avalia e ordena as energias presentes nos ambientes. Existem algumas escolas desta técnica, eu trabalho com a técnica da Bússola e me inscrevi no seminário para complementar meu conhecimento sobre o tema e também para viajar estudando e sabendo o porquê de determinados ambientes e paisagens nos causarem tão boa impressão.
Sintra é uma localidade com sua imponente serra cheia de verde e paisagens de inigualável beleza. Em 1995, recebeu pela UNESCO, a classificação de Patrimônio Mundial na categoria de Paisagem Cultural. Ela possui um excelente Feng Shui urbano, ou seja, uma excelente interação harmônica entre a paisagem, as construções e as pessoas. Suas quintas (antigas residências de veraneio) com jardins floridos e muito ar puro são um charme difícil de descrever.
Seu nome provém do árabe Xentra. Mas também é dito que veio dos Celtas, que chamavam de Cynthia a Serra de Sintra em devoção à lua. Cynthia é a deusa lunar na mitologia grega. Por conta desta devoção à lua que ocorria neste local, é que surgiu o nome Monte da Lua, visto e ouvido até hoje por toda Sintra.
Uma cidade feminina, cheia de matas e águas, associada à lua e aos mistérios sobre o sentido da vida. Muitos pontos interessantes para visitar, apreciar e pensar na vida como Parque e Palácio de Monserrate, os Jardins da Pena, Palácio da Pena, Chalet da Condessa d’Edla, MU.SA (Museu das Artes de Sintra), Palácio Nacional, Castelo dos Mouros, Palácio e Quinta da Regaleira.
Como características importantes para o Feng Shui, chama a atenção que todos os palácios em Portugal tem lindos jardins que os rodeiam, ou levam a um caminho, fazendo com que as pessoas reflitam sobre suas trajetórias. Esse estudo do caminho, como dizemos na técnica, sempre regido pela força da natureza, é um dos motivos que faz com que o País seja tão especial. E mais especial ainda é Sintra, porque contempla muito a questão da natureza.
E onde se hospedar? Muitas quintas foram transformadas em hotéis, então vale escolher uma delas. Tudo com muito verde, jardins floridos, vistas maravilhosas e aquela bruma ao amanhecer e ao anoitecer que somente um local abençoado pela Lua pode ter. Nós escolhemos e indicamos muito o Sintra Jardim.
Abaixo alguns detalhes para você apreciar:
Vista interna da circulação do Palácio de Monserrate, residência de verão da família Cook. Uma mansão neo-gótica com inúmeros detalhes riquíssimos. Simplesmente maravilhosa! Vale muito conhecer este lugar e seus jardins. Por que é tão lindo? Porque tem a força do Yang, energia masculina, com a delicadeza feminina da força Yin, através dos desenhos e arabescos mouriscos. Portanto, a harmonia entre as duas energias, Yin e Yang, o delicados e a exuberância, traz como resultado o deleite aos nossos olhos, que tanto admiramos.
Ainda no Palácio de Monserrate, a Sala de Música com sua incrível acústica e seu Domo decorado com motivo floral. Também existe uma abóboda central em forma de octógono cor de rosa, que filtra a luz e traz um brilho especial. O octógono é na verdade um Baguá com suas oito partes. O Baguá é um instrumento utilizado pelos terapeutas de Feng Shui, que visa harmonizar as energias da casa. Ele é divido em 8 setores, cada um é chamado de guá e está relacionado a um aspecto da vida e tem um elemento característico. Vale lembrar que vários palácios de Sintra trazem, até mesmo em pequenos canteiros ou fontes, o formato do octógono.
O Palácio da Pena é lindo demais por fora e por dentro, fui em um dia com muita névoa e fiz questão de registrar uma foto com o Adamastor, o Tritão que guarda a divisão dos dois mundos: o aquático e o terrestre.
No Castelo dos Mouros, Dom Fernando II (o rei artista e dono da Pena) gostava de pintar na Torre Real e apreciar a vista maravilhosa.
Já no poço iniciático da Quinta da Regaleira, é possível percorrer os 27 metros para dentro da terra e chegar literalmente ao fundo do poço. Seus nove andares correspondem às ampliações de consciência segundo a Divina Comédia de Dante. Felizmente, ao chegar ao fundo do poço olhei para cima e vi a luz, aliás uma luz incrivelmente bela!
Vista do fundo do poço, um ambiente úmido, escuro e frio; mas mesmo assim, repleto de simbologia.
As Grutas do Labirinto sugerem uma viagem e uma procura pela espiritualidade.
Ao final de uma delas é possível andar sob as águas, em pedras que foram fixadas em um lago coberto de fino musgo. Qualquer erro ali… Tchibum! Tem que cuidar para não se deslumbrar com a paisagem, deixar para apreciar depois, de mais longe.
Aqui na Fonte da Regaleira (que significa Abundância). Na frente da fonte temos um grande banco em semicírculo, um grande espaço para encontro e reunião, ou seja, a abundância vêm da partilha de algo nobre. As iniciais vistas na fonte “CM”, são as iniciais de Carvalho Monteiro, criador da quinta e seus jardins.
Por fim, uma vista linda do hotel que fiquei hospedada durante nove dias, o Sintra Jardim.
Muito obrigada Camila por compartilhar conosco seu conhecimento e enriquecer o Baú de Família com esta incrível visão sobre Sintra!
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